A F1 moderna e a falta de emoção

Umas das reclamações mais recorrentes em relação a F1 depois dos anos 80/90 é a falta de emoção nas corridas.
Os campeonatos, com exceção de alguns títulos de Schumacher e daquele único em que Mansell venceu sem maiores problemas, tem sido bem movimentados e – apesar – da dominância de alguns pilotos e equipes, as mudanças na distribuição das pontuações e acréscimo de mais corridas no calendário garantem que – mesmo nestes casos – a chance de uma reviravolta na tabela permaneça aberta por mais tempo.
Com menos corridas e uma diferença menor na distribuição da pontuação por posição, era mais fácil – não comum, entenda – que a temporada chegasse ao meio com o título já endereçado com cep, selo e o dinheiro trocado para despachar via correio.

A outra face da moeda também é verdadeira.
Com mais corridas no calendário, chances de que tenhamos corridas monótonas crescem na mesma proporção.
Lugares como Baku, Abu Dhabi, Singapura, Rússia em geral, promovem corridas sonolentas e sem ultrapassagens nem nas posições do meio para trás do grid.
O mesmo era notado em pistas que já foram abandonadas como Valência ou a Coreia, mas esta realidade está longe de ser verdade apenas em pistas – relativamente novas – em lugares sem tradição no esporte.
As últimas corridas em lugares amados pelos fãs, como Suzuka, provam que até templos podem dar lugar a corridas sonolentas e entediantes.  Mas a boa vontade dos fãs em relação a estes lugares e suas histórias em geral os faz disfarçar o incômodo.

Mas... O fã da F1 tem razão nestas reclamações todas?
Será que os campeonatos que lhes servem de parâmetros para estas comparações eram sensacionais do início ao fim?
Não. Não eram.
Quem fora os aficionados em grau de doença (desculpem aí...) quem se lembra de fato do GP da França de 1978?
E o GP da Suécia de 77?
Mais recente? O GP da Holanda de 1985... Entre outros.
Os campeonatos podem e devem ter sido bons, disputados e até emocionantes, mas que corridas monótonas ocorreram, não há como negar.

Em suma, o passado, tão festejado e comemorado pode não ter sido tão colorido e emocionante como costuma ser pintado pelas cores fortes da literatura esportiva.
Para quem o conheceu pelos highlights do youtube então, tudo pode ser realmente maravilhoso, mas pensando de forma objetiva e clara, em highlights até o mais entediante (normal?) GP de Mônaco pode parecer sensacional.
E então, qual seria a solução para este ranço dos fãs para com a F1 moderna que não – segundo eles – promove tantas corridas “sem graça, sem sal”?
Não tenho ideia, mas um pouquinho de boa vontade nas análises e comparações mais honestas com o passado talvez ajudasse.
Passado é sim de extrema importância e relembrá-lo é realmente divertido, mas viver dele? Por acaso somos museus?
Sem se livrar deste apego exagerado ao passado, continuará sendo difícil apreciar o presente e cada vez mais difícil aceitar, compreender e aproveitar o que o futuro da F1 vai trazer.
Mesmo que venham em forma de motores silenciosos, halos, cockpit cobertos, áreas de escape cada vez maiores e mais asfaltadas e afins.
Abra sua mente.

Comentários

Anônimo disse…
Boa tarde !
. Antes da Ferrari do Schummy.
. Verdade. Aponto vários culpados. Tira o Mansell. Foi bacana. Os culpados na pista: Schummy e sua Ferrari. 5 anos foram demais.
Mais corridas e mudanças na distribuição de pontos nada afetaram para melhorar até pela simples razão - para observadores mais atentos - levam o campeonato até o final se quiserem. É manipulável. Perdoe-me a franqueza. Todos os esportes são. E aí, outro culpado de peso. Mais pesado que o Schummy que só queria ganhar como todo genial piloto. E até, reconhecendo, a Ferrari, o framengo das pistas, mesmo com aquele torpedão e suas estratégias de corrida. Ambos não têm o mesmo peso que este super culpado: TV ! Até autódromos foram mexidos para comportar mais câmeras por menor custo. Prá transmissão ficar enxuta, manja ? Nomes dos amputados ? Hockenheim, Interlagos, Silverstone. O 'novos' autódromos, cheios de cotovelos.
Prá que ? Publicidade... Outro super culpado de grande peso ? máFIA. Foi na onda e se deu mal( financeiramente, sei lá). Óbvio. Tio Bernie largou a Brabham para se tornar bilionário. Preciso dizer mais ?
. Baku ? Sinceramente ? Qualé !!! Singapura ? Tadissakanagi. Rússia, com aquela meia volta veloz na pracinha... Só livro Abu Dhabi porque tem aquele pôr do sol liiiindo. E pista boa. Turquia, com aquela sequência de curvas onde o riloto Zacarias ganhou duas, era bacana.
Corridas 'sonolentas' podemos ter em qualquer autódromo. Monza, este ano, foi bem calminha. Tranquila.
. Mas, cala-aaaaaro ! Corridas sonolentas existem desde 1950.
. Devolvo com: Lembra do jogo do Santos e Palmeiras em 1973 ? Foram quantos clássicos( Praietê ? Sansão é o Santos x São paulo, isso eu sei )no paulistão ? Lembra do Fla-Flu de 1973 ? Ih, este eu lembro. Tava lá, pequenininho. Meu primeiro Maraca, de cadeirante azulino. Nada de arquibaldo ou geraldino. Lembra do Bjorn Borg X Jimmy Connors em 1977 ? Wimbledon ? Copa do Mundo é mais fácil. Aquele jogo do Brasil X Zaire em 1974... quanto foi mesmo ? Tem que ser um tarado prá lembrar isso aí. Recorro ao You Tube e Wikipedia.
. Quem comemora o passado ou lembram sempre tanto dele é porque algo está errado no presente e na F1 está. Algo de muito errado após aqueles 5 anos consecutivos de vitórias de Schumacher. Foi nefasto. Lembrando os 4 anos com outro alemão que também ajudaram. Sebastian Vettel e sua Red Bull-Renault.
Vá ao passado e veja quantas vezes ocorreram estes domínios absolutos avassaladores. Alguém pode dizer aí 'aaaah, Juan Manuel Fangio !', bela tentativa. ALFA Romeo, o primeiro. Maserati e Mercedes( no mesmo ano), o segundo. O terceiro, Mercedes. O quarto Ferrari e o quinto Maserati. o homem era bom mesmo para um argentino. Ha... A coisa começou mesmo com a McLaren e seus TAG-Porsches. 1984-86( este ano, aí, 1986, cagada da Williams...).
Mas não é onde que quero chegar. É algo mais profuuundo, tipo Fossas Marianas. Aí, vou pedir mas espaço e voltarei rapeidinho.
Anônimo disse…
Aibibéque, Creuzebeque !

. Mentalidade. Ideologia 'embarcada'.
Comparo as duas grandes potências do mundo esportivo. Futebol( no geral ) e F1 ( a rainha das categorias do automobilismo ). Até a morte de Senna tudo corria bem pros lados da F1. Autódromos lotados ! Gente saindo pelo ladrão. O pessoal do pénabola vivia dizendo que aquilo não era esporte( xiii... conheço um assim). Claro, até hoje, irrito os pénabolinos dizendo que o maior ídolo brasileiro é um piloto de F1. mesmo assim, após a tragédia, um ano mais ou menos depois, por fazer parte do esporte o perigo, as coisas voltaram até que bem mas em pleno início da era do polititicamente correto. E europeu adora estas babaquices. E, com o fim do milênio, 2000, a era Schummy.
Bom, qual a mágica que colocou o Futebol sozinho lá, no alto, o Júpiter dos esportes ? E trouxe a F1 para uma... uma... Io, uma Calisto, uma Europa, um, um... Ganímedes( êpa ! Brincando com meninos, Júpiter ? Safadinho...).
O Futebol, os velhinhos da máFIFA, são extremamente conservadores. Aí está a magia do Conservadorismo. Pensam que nós, conservadores, somos contrários as mudanças. Não ! Mentira. A prova está que todas as mudanças feitas nos futebol, desde 1863, foram feitas para melhorar o esporte. A lei do impedimento, foram além, viram que estava atrapalhando, voltaram atrás.
Comparem, agora, com a regras da F1, de 1950 até agora. Os últimos 20 anos, o que fizeram ? Mudanças nos regulamento foram várias. Um ano propicou aquela coisa chamada Braum-canalha GP. Motores, xiii. Estava bom os V-10. Até os V8 são duca. Quantos pneus são ? Comecei assistindo com pneus slicks e os pneus 'biscoitos'. Tava bão demais. Fácil para a garotada entender, não é verdade ? Agora são SETE ! Corzinha prá lá, corzinha prá cá. o rosinha, lilászinho, ui !, muito na moda. é o mais rapidinho... Por quê não colocaram o pneu rapidinho maciozinho todo pretinho já que todos são coloridinhos ? Homenagem LGBT ? E as ultrapassagens de estrada várias vez flagradas pelos helicópteros, hein ? Asinha que abre e fecha. Imaginem Piquet x Senna, 1986, Hungahorroring, com asinha que abre e fecha ? Acham que a mudança de som dos motores foi algo não planejado ?Obra do acaso ? Ruídos... politicamente corretos eles são... E tem história de motor híbridos em plena era do petróleo barato. Motor bão era V10. Desenvolvessem os V10. Aceito a volta dos V8. Com barulho. Silêncio só em casa. Meu vizinho é baterista mas dei uma bifa nele e agora só toca violino. 'Por Una Cabeza', ele é ótimo. A muié dele me agradece até hoje. Parece que quer dar prá... Deixa prá lá. Diferenciava a F1 os V-10. V6-turbo, dava prá F2 desenvolver.
E assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade...
E se tiver a lerdice esquerdóide para contaminar, a coisa pega. Vira formiga mesmo, operária. Todo mundo pensando igual e o Deus Babão Galveno mandando nos ouvido.
Pensando bem, que versinho cocô este do Frufru Prantos, não ?
Prefiro o Armstrong para terminar mais este comentário genial meu.
“That's one small step for a man, one giant leap for mankind”
Aí ficou bom. Prá cima ! 'Para o infinito e além' !
Mas esta é do amigo e companheiro de aventuras dele, o Buzz...

HA !


M.C.